A disrupção de blockchain: o que é e porque será uma revolução

Blockchain é uma tecnologia que permite realizar transações sem intermediários, fiável, segura e completamente privada que utiliza sistemas baseados em criptografia. O seu nome serve para expressar o conceito de base de dados distribuídos e é baseado nos nós de uma corrente que estão ligados e cada um deles contém informação. O seu potencial é enorme porque permite realizar transações entre duas pessoas sem a intervenção de um terceiro (sistema ou pessoa), portanto o nível de anonimato é completo.

A aplicação mais popular e conhecida da tecnologia blockchain é a bitcoin, a criptomoeda que apareceu por todo o mundo em 2009. Podemos afirmar que a blockchain surgiu para tornar possível o nascimento da bitcoin, mas o certo é que é uma tecnologia mais versátil e com aplicações muito interessantes. O mais importante, no entanto, é o poder disruptor que uma tecnologia como a blockchain pode ter sobre uma ampla variedade de transações muito além dos sistemas de pagamento tradicionais.

A realidade da blockchain é que pode ser utilizada pelas organizações de serviços financeiros, em qualquer operação que implique o armazenamento de dados que estão envolvidos nas transações sem que precisem da verificação de terceiros. Para dar alguns exemplos, a transferência de ativos, a proteção da propriedade intelectual, serviços notariais (com blockchain comprovariam a existência de um documento num momento especifico) ou inclusive a venda de um carro.

A outro nível, blockchain permitirá simplificar e reduzir as transações monetárias cross border, ou seja, a cooperação transfronteiriça. Por exemplo, o BBVA já trabalha num sistema baseado na bitcoin que pode realizar 50 transferências entre o México e Espanha em segundos, quando cada operação pode demorar atualmente até quatro dias. A vantagem disso é claríssima: não só os pagamentos aos fornecedores vão ser instantâneos como será muito mais barato (estima-se uma redução de custos até 81%) e haverá mais e melhores oportunidades para todos.

A revolução de blockchain será eliminar intermediários nas transações

chave para que blockchain consiga transações seguras, fiáveis e anónimas está em distribuir e descentralizar os ficheiros como é feito nos serviços P2P (emule, é um exemplo famoso). Portanto, os arquivos que o utilizador carregue não se encontram fisicamente num servidor, e sim distribuídos entre máquinas diferentes que pertencem à rede. Além disso, para garantir que não existem duas transações simultâneas, que duas pessoas adquiriram duas vezes um único produto, ou qualquer outro mal-entendido, foi incluído um timestamp que invalida a segunda transação se for feita num curto espaço de tempo.

Ao eliminar intermediários simplificam-se os processos e reduzem-se custos. Quando todos conseguirem efetuar transações com esta tecnologia será eliminada muita burocracia, papel e os prazos serão reduzidos. Imagine a compra de um veículo entre duas pessoas: nos dias de hoje é necessário um terceiro que testemunhe e muita papelada, mas com uma transação blockchain poderia ser imediato porque todos os intervenientes acediam aos mesmos dados de maneira segura.

Contudo, contém os seus riscos e podia dar origem a fugas aos impostos ou pode servir para cometer cibercrime, mas o certo é que as transações passadas não se podem manipular. Para saber mais sobre a blockchain, a consultora PwC elaborou um documento compacto em forma de perguntas e respostas que recomendamos (descarregue o PDF).

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