A ténue linha entre a personalização e a intromissão
Nas suas estratégias de marketing, as empresas aspiram à personalização perfeita, uma forma de conseguir fazer chegar o anúncio certo à pessoa certa. Exemplos como as personalizações do Google que se baseiam no nosso historial até outros mais ou menos acertados de personalização extrema, a verdade é que este tema é um tópico real que tem vindo a ser considerado em todos os processos de venda via web. Mas nem tudo o que brilha é ouro, há casos em que uma personalização pouco preparada leva-nos a situações que preferiríamos não ter tido conhecimento.
Um estudo revela que, na Grã-Bretanha, quase metade dos internautas não apreciam este tipo de publicidade orientada, esta abordagem que se baseia na informação pública dos perfis sociais. Quase metade é uma fatia bastante considerável, demasiado elevada para sustentar uma forma de fazer publicidade que pode despertar sentimentos negativos face às marcas que protagonizam os anúncios.
Um caso muito revelador é o de um pai que se manifestou contra uma empresa anunciante porque a sua filha recebia anúncios em que lhe perguntavam diretamente se estava grávida. A polémica foi crescendo até que a filha confessou que realmente estava grávida e o pai furioso teve que pedir desculpas. Este caso, que não deixa de ser curioso, leva-nos a pensar que nem tudo é ouro sobre azul e que o excesso de personalização pode acarretar problemas de índole pessoal.
Anúncios personalizados podem passar despercebidos, mas também podem muito bem incomodar-nos. É algo inerente às ações que se levam a cabo sem que o interessado tenha conhecimento ou expresse o seu desejo de ser objeto das mesmas. No entanto, uma forma de evitar o mal-estar de receber anúncios personalizados pode ser, simplesmente, pedir autorização para tal.
Qual é o limite entre personalização e invasão da privacidade das pessoas? Até que ponto somos tolerantes com o facto de nos aparecerem anúncios dirigidos especialmente a nós? Como diferenciamos o habitual spam dos anúncios personalizados que consideramos incómodos? São perguntas interessantes que gostaria de deixar aqui para discussão, conto convosco?
Via | Neuroscience Marketing
Foto | emiliokuffer