Adeus Vine: quais são os motivos do encerramento?
Há já quatro anos (em junho de 2012), Dom Hofmann, Rus Yusupov e Collin Kroll fundaram o Vine. Uma aplicação que viria a permitir aos utilizadores fazer o upload de vídeos de 6 segundos, que se reproduzem em loop, À sua plataforma com alma de rede social. Apenas quatro meses depois, o Twitter viu o seu potencial e associou-se a ela. Em maio de 2016, Huffington Post publicava que o Vine tinha 200 milhões de utilizadores mensais e que a ser um país, seria o décimo mais povoado do mundo.
A aplicação conseguiria um êxito baseado, sobretudo, nas possibilidades humorísticas que muitos criadores obtiveram dela. As criativas fórmulas para realizar piadas ou historietas em apenas 6 segundos foram aproveitadas pelo top 10 dos criadores, todos dedicados ao humor. King Bach o viner com maior numero de seguidores, conta com mais de 16 milhões.
No entanto, a 27 de outubro de 2016, o Twitter anunciou que o Vine deverá desaparecer nos próximos meses. Apesar da feroz competição no mundo das redes sociais, o último prego no caixão do Vine foi que todos queriam uma porção do vídeo.
Porque fechar o Vine? Existem vídeos por toda a parte
No último ano vimos como o Twitter apostava no Periscope para a transmissão de vídeo em direto. Pouco tempo depois, o Facebook fez o mesmo com o Facebook Live. 2016 foi o ano do Snapchat, com a sua particular forma de ver e fazer as coisas, tão millennial e tão fácil de entender para aqueles que não se consideram nativos digitais.
Este verão, o Instagram, uma rede social nascida do culto da imagem, lançou o Instagram Stories. Perante a possibilidade do Snapchat lhe retirasse parte do seu protagonismo, copiou descaradamente algumas das suas funcionalidades.
Pequenas histórias editáveis, de poucos segundos, disponíveis em loop… o Vine foi assim nestes últimos meses perdendo a sua originalidade, e-ou exclusividade.
Porquê encerrar o Vine? Se não interessas aos anunciantes, é mau
Um estudo de Tubular Labs sobre 40 grandes marcas como Mountain Dewou Dunkin Donuts, revelou que apenas 4% dos seus conteúdos publicitários eram dedicados ao Vine. A principal explicação dos especialistas para esta baixa representação é a incapacidade das pessoas do Vine criarem um modelo publicitário para os anunciantes. O Twitter, por exemplo, ajuda as marcas a promover os seus conteúdos com o Twitter Ads.
A ausência de uma plataforma publicitária deixava os anunciantes com uma única fórmula para publicitar os conteúdos: o recurso dos influencers da rede social. Já tínhamos visto que as principais redes sociais superam o Vine em utilizadores, os conteúdos de vídeo cada vez são mais populares e acessíveis e a aposta publicitária nesta rede social era marginal.
Porquê encerrar o Vine? O Twitter não está a passar o seu melhor momento
O Twitter não se encontra na sua melhor situação, sendo que: os resultados do primeiro semestre de 2016 anunciavam perdas de quase 300 milhões de dólares e o próprio Twitter apresentou uma redução de 9% nos seus colaboradores.
Ao que parece, este acontecimento influenciou na decisão de encerrar a atividade do Vine. Dado o momento difícil que a empresa está a atravessar, interromper o serviço de uma das suas filiais passa por ser um dos recursos para tentar salvar um barco que há meses está à deriva e muito longe de ser interessante.
O futuro do conteúdo do Vine
No turbilhão de notícias que foram publicadas nos últimos dias, depois do anúncio do encerramento do Vine, algumas reviravoltas rocambolescas apontam para que a empresa pode ser comprada pelo portal de conteúdos pornográfico PornHub. Desconhece-se no entanto se a informação se poderia chegar a materializar na utilização que esta web poderia dar ao Vine.
Por outro lado, o Vine anunciou que daria suporte aos utilizadores para poder conservar o conteúdo que criaram nestes anos. O site de gifs Giphy anunciou uma ferramenta para converter os seus Vines em gifs, apesar de estes últimos carecerem de som, a proposta inclui. Um link para gravar o áudio dos seus vídeos de 6 segundos.
Por último, os fundadores do Vine, Rus Yusupov e Colin Kroll, estão a trabalhar numa app para transmitir conteúdo de vídeo em streaming. Nada de novo, tendo em conta a aposta das grandes redes sociais. Contudo, iremos ver se o anúncio da morte do Vine mudará a estratégia desta nova aplicação chamada HYPE.
Foto | Esther Vargas