Atribulações de um Content Manager

O content marketing tem ganho cada vez mais relevância no mundo digital, algo diretamente relacionado com a crescente figura do Content Manager, um profissional que articula, cria, gera e partilha conteúdos nas plataformas sociais. A realidade é que este profissional tem-se posicionado como uma “ocupação popular” e tendencialmente originará elevados níveis de procura, a médio prazo.

No entanto, a profissão de Content Manager assume um nível de exigência elevado. Não basta escrever e difundir um conteúdo. Esta tarefa, à primeira vista simplista, pode facilmente cair em erros típicos (e não tão típicos), que logo serão apontados por um mercado  cada vez mais concorrencial. Diariamente, o Content Manager encontrar-se-á imerso numa batalha para alcançar os seus objetivos e diferenciar-se dos demais.

Mas o que é um Content Manager? Em que consiste a sua função? Diz-se muitas vezes que um Content Manager é um “malabarista dos conteúdos”, aquele que é capaz de adaptar um mero conteúdo a:

  • Um mercado determinado.
  • Um tipo de meio (Facebook, Twitter, blog, vídeo, podcast…).
  • Um perfil de utilizador ao qual se tenta chegar.

Isto significa que, partindo de um só texto/conteúdo, é possível desenvolver conteúdos específicos e orientados para atingir objetivos e abordar audiências muito concretas e até muito diversas. Esta tarefa não é tão simples quanto se pensa, mas assumindo a sua enganadora simplicidade, é muito provável que se caiam em erros muito comuns e que deitarão por terra todo o trabalho realizado.

Os erros comuns do Content Manager

É muito fácil colocar um conteúdo. O que é realmente complicado é realizar um trabalho que tenha continuidade e que se concretize nos resultados esperados. Um Content Manager fracassa como figura quando comete um ou vários dos seguintes erros, de uma forma contínua:

  • O calendário de publicação de conteúdos é um verdadeiro desastre.

Existe um calendário de publicações, mas não tem sentido nem segue uma linha estratégica lógica, não está devidamente estudado e por isso ninguém compreende os seus propósitos. Para conceber um bom calendário, há que desenvolver uma planificação séria, aproveitando as várias oportunidades que a empresa (e o próprio mercado) nos oferece. Associar as datas de publicação com os interesses e objetivos específicos da empresa ou do público (por exemplo, as promoções sazonais ou os conteúdos adaptados a épocas temáticas) revela-se positivo para criar um contexto de publicação.

  • Conceber conteúdos para satisfazer uma máquina e não as pessoas.

Conteúdos repletos de keywords, de links internos (mas nunca externos), destinados a posicionar e a conseguir ligações de entrada são erros frequentes. É a verdadeira obsessão por um link building (muitas vezes mal feito) em vez de se averiguar o que mais interessa aos nossos clientes e proporcionar conteúdos úteis que cubram uma necessidade. Este é um dos erros que mais custa abandonar.

  • Não perceber qual é o conteúdo realmente bom.

O bom conteúdo é o nosso e o de ninguém mais. Pensar assim é sinónimo de perder oportunidades e deixar de receber conhecimentos valiosos. É necessário investigar, analisar, comparar conteúdos para perceber o que mais é valorizado, em determinado momento.

  • Uma vez criado o conteúdo,  o tema fica fechado.

Criar o conteúdo é apenas o princípio, de seguida deve existir uma árdua tarefa de partilhar, mobilizar, atrair, conseguir comunidade, relevância, “shares“… Criar um conteúdo e deixá-lo simplesmente morrer é o mesmo que não criar conteúdo nenhum.

  • Não medir nada.

Realizar o esforço de planificar, conceber, criar, partilhar… é praticamente inútil se logo não somos capazes de medir os resultados. Quem acede, de onde acede, quanto tempo permanece na página, o que faz, quem partilha, onde partilha, quantos replicam, onde se concentra a audiência, que podemos melhorar, como nos encontraram… Estas são apenas algumas perguntas básicas que devem ser feitas quando se realiza o trabalho de um Content Manager.

Em resumo, um Content Manager não é um mero escritor de conteúdo, é um verdadeiro profissional de marketing das redes sociais que deve definir estratégias para atrair mais e melhor audiência para a marca, potenciar a sua mensagem, construir uma comunidade seguidora e permanentemente analisar a sua reação para, no fundo, atingir um dos objetivos principais do marketing: aumentar a base de clientes.

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