Estas são as razões porque o Facebook ainda precisa de supervisores humanos
A confusão instalou-se depois do Facebook ter despedido a sua equipa de supervisão de notícias para os seus Trending Topcis, que tinham como função principal filtrar as notícias mais relevantes para que fizessem parte do News Feed. Esta equipa foi substituída por outra equipa humana com menos preparação e um algoritmo, que segundo alguns membros da equipa anterior estão tão preparados como uma “quiche mal cozida“.
Depender uma fonte de notícias relevante como o Trending Topic de um algoritmo incompleto e supervisionado por uma equipa humana inexperiente é um erro enorme. Tal como, ter sido descartada uma equipa já experiente, com capacidade para treinar o algoritmo, e substituí-lo por outra equipa que não sabe filtrar corretamente deixando passar umas quantas notícias de qualidade duvidosa.
Como referido, não é verdade que o algoritmo opere sem supervisão, a não ser que supervisão não seja experiente. Este é um problema muito comum e que se verifica nos novos meios de comunicação bem como nos community manager menos experientes: Como assegurar a viabilidade, legitimidade e veracidade da informação que passa pelas nossas mãos a uma velocidade incrível?
As respostas são as mesmas que se poderiam dar há alguns anos atrás, desde que existe o jornalismo e a verificação das fontes e da informação: há que assegurar que a informação é correta, que não contem erros que se baseiam em declarações reais registadas de alguma maneira, que provêm de fontes com autoriedade. Há que saber diferenciar o trigo do joio e não sermos levados pela pressa ou pelo clickbait.
O que o Facebook precisa é de uma pessoa que faça a gestão de todo o filtro de notícias. O editor humano continua a ser necessário, e ainda mais quando parece que o algoritmo está a dar os primeiros passos. Como referido no BuzzFeed, os conteúdos errados, fake ou lixo chegam a ser Trending topic no Facebook porque este “não têm editores, apresentam um algoritmo defeituoso e portanto um produto fraco”.
Não nos enganemos, o futuro é dos algoritmos e da inteligência artificial, e possivelmente ainda teremos que dispor de editores experientes (humanos) durante algumas décadas. No caso do Facebook, o erro foi descartar antes do tempo a equipa experiente, que já tinha as chaves e o Know-how suficiente para identificar notícias falsas de notícias genuínas e relevantes.
Com a equipa humana chegam também as suspeitas e ao ter o Facebook pela frente parece fácil lançar acusações de leitura editorial enviesada (como fez Gizmodo), e qualquer teoria conspiratória que misture conteúdos, negócios, politica e interesses. A verdade é que alterada a equipa, o algoritmo fracassou no momento de colocar conteúdos no news feed dos trening topic.
E se a qualidade percebida pelos utilizadores baixa, ou se por qualquer circunstância se instala a dúvida, o produto pode fracassar pelo seu próprio pé, como adianta um dos ex-trabalhadores do Facebook. No mundo das redes sociais, construir e manter a confiança dos utilizadores é a chave do sucesso.