Instagram, Twitter e Facebook abraçam o algoritmo para competir
No Facebook, Twitter e Instagram ficámos acostumados durante anos a uma leitura cronologicamente inversa das atualizações das pessoas ou marcas que seguíamos. No entanto, a evolução dos hábitos de consumo do conteúdo e o crescimento no volume de utilizadores desses serviços alteraram bastante esse panorama. Em 2009, o Facebook deu o primeiro passo para o seu atual sistema de organização, baseado num algoritmo mais ou menos social; depois do Twitter é agora o Instagram que faz um rasgo essencial no seu ADN.
Depois de apresentar a opção o mês passado, o Twitter começou a ativar para todos os utilizadores, a sua timeline algorítmica que mostra no início as mensagens mais relevantes para o utilizadores, seguindo uma série de indicadores, como as contas com as quais mais interage ou os tweets mais populares. É uma intenção clara de melhorar as taxas de participação dos utilizadores para criar um ecossistema mais favorável à inversão publicitária. Embora esta ampliação da ferramenta se poder desativar, a mudança de política é notável.
O Instagram também está a adotar algoritmos e anunciou que irá testar um feed personalizado cuja ordenação estará baseada num algoritmo similar ao que usa o Facebook. Dizendo adeus à tradicional ordem cronológica, o Instagram mostrará as fotos e vídeos que considere mais relevantes para o utilizador no início do feed, sem importar o momento em que foram publicados. “Em média, perdem-se 70% dos posts do seu feed”, explica o cofundador do Instagram, Kevin Systrom. “Isto servirá para que os 30% que vê sejam os melhores 30% possíveis”.
As taxas de interação do Instagram caíram em 40% no ano passado, segundo um estudo da Qintly. Parece que o rei do ‘engagement‘ passa por um ligeiro declive e essa pode ser uma das principais razões para a adoção do algoritmo. A última mudança, vem reforçar uma série de ações dirigidas para melhorar a participação dos utilizadores e atrair o dinheiro dos anunciantes, como o loop nos vídeos, novas opções de publicidade, as ferramentas para criar colagens e novos formatos de vídeo…
Como a mudança afeta as marcas? Enquanto a base de utilizadores do Instagram continua a crescer e com ela o conteúdo, o lógico é que as taxas de interação continuem a diminuir e que o quadro para os anunciantes, em que o que mandava era o alcance orgânico, passe a um, muito mais competitivo, em que se tem que pagar obrigatoriamente para conseguir objetivos. Para os utilizadores, evidentemente, não é o melhor dos cenários. Basta seguir o hashtag #RIPInstagram para entendê-lo.
Em The New York Times | Instagram May Change Your Feed, Personalizing It With an Algorithm
Mais informação | The Simply Measured Blog