Mais conteúdo gratuito, mais personalizado: seis movimentos editoriais que o explicam

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O mundo editorial não para de se mover no âmbito digital. Os novos hábitos no consumo de informação pedem não só rapidez e adaptação aos novos formatos de leitura móvel, como mais qualidade no conteúdo e personalização. Pedem conhecimento da audiência, que se centralize no que os leitores querem e além disso que o faça pelas vias que preferem (não matemos a newsletter) são as tendências que vemos nestas seis apostas editoriais.

1. A Reuters irá oferecer conteúdo gratuito pela primeira vez em 160 anos de história. Uma parte de todos os textos, imagens e vídeos que a agência produz mensalmente, estarão disponíveis para uso livre através da Reuters Media Express. Segundo explicam no comunicado que publicaram a esse respeito, o movimento responde à sua aposta decidida pela “inovação” e por fazer chegar os seus conteúdos a um público mais amplo, numa altura que os hábitos do consumo de informação encaminham-se em direção ao digital.

2. Medium, a plataforma de publicação de blogs, lançou a ‘Letters‘. A partir de agora, os seus utilizadores poderão publicar posts e distribui-los não só entre os leitores como também diretamente entre os subscritores do blog. Ou seja, oferece ao escritor, a possibilidade de enviar um determinado post para a base de dados de subscritores numa espécie de newsletter seletiva.

3. The Washington Post lança o ‘PowerPost‘. O novo site do meio desperta-o todas as manhas com uma newsletter elaborada pelo jornalista político James Hohmann com notícias selecionadas do meio, análises e conteúdo valioso filtrado das conversações nas redes sociais. O movimento vem reforçar a aposta da empresa pelos portais verticais que iniciaram com ‘The Fix‘ ou ‘Wonkblog‘.

4. O The New York Times aposta no ‘Trending‘, um portal que compila as histórias mais populares do meio. Embora a página principal do New York Times contenha as notícias que a redação considera relevantes, o Trending centra-se nas que estão a criar mais conversação e debate entre os seus leitores. Isto é, enfatiza o leitor, e o engagement que é capaz de criar um conteúdo.

5. No que respeita ao Facebook, há um tempo falámos dos Facebook Instant Articles e as suas implicações. Continuarão a ser debatidos, embora a sua implantação esteja a ser muito progressiva e muito poucos podem usufruir dele neste momento. No The New York Times sabem, da importância que terá o arquivo na altura de rentabilizar o conteúdo por esta via e digitalizaram 16.000 receitas de cozinha publicadas em papel para preparar o caminho para o futuro.

6. As infografias ou os conteúdos interativos, como aqueles que sabe construir com êxito o New York Times, são uma fonte poderosa de tráfico. Eles sabem (em 2014 um interativo sobre o Facebook deu-lhes 4,7 milhões de clicks) e decidiram oferecer espaço próprio à fórmula, e dar-lhe foco, com um site exclusivo chamado ‘Time Lab‘. As pessoas não só fazem click nas infografias, como também se informam através delas (conteúdo valioso) e geralmente consumem durante um grande período de tempo. Recordemos que muitas marcas começam já a valorizar o tempo de permanência num site como algo decisivo mais do que um clicks. Eles querem explorar esta aposta.

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