Porquê a narração? A neurologia do storytelling
O ser humano está programado para explicar a informação através de histórias. Isto acontece desde as primeiras pinturas rupestres na pré-história, às tragédias gregas ou às minisséries no YouTube. É uma realidade que a indústria do marketing já conhecia e aplicava regularmente através de grandes exemplos de publicidade. Mas agora também começamos a conhecer o que isto implica através de dados e processos neurológicos.
Um investigador norte-americano publicou um artigo em que detalha os resultados da análise das estratégias seguidas por 108 anúncios da Superbowl nos últimos anos. E descobriu que a melhor estratégia para o sucesso de um anúncio era o recurso à estrutura narrativa clássica: apresentação – problema – desenlace.
Já o neuro-economista Paul Zak assegura que o nível de identificação com os protagonistas da história que o espectador experimenta chega ao ponto de o levar a responder a processos neurológicos como se ele fosse o próprio protagonista. Especificamente, Paul Zak destaca que os níveis de cortisol (a hormona criada em momentos de stress para preparar o corpo para a ação), elevam-se no momento do clímax da história. De igual modo, a oxitocina (uma sustância relacionada com a sensação de bem-estar) dispara com os finais felizes.
Outras experiências têm relacionado as sensações experienciadas por indivíduos com níveis hormonais elevados com uma maior predisposição para doar dinheiro. O velho truque de fazer que se sintam bem tem uma base científica.
Realmente importante é verificar que a estrutura narrativa tradicional é um dos veículos mais poderosos para evocar sensações concretas nos seres humanos. Um veículo para o qual os contos de fadas e séries de desenhos animados nos prepararam devidamente, desde a nossa infância.
Via | Harvard Business Review